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domingo, 25 de novembro de 2012

Atrás dos números,dor e medo

Blitz da PM na Via Norte em São José Foto: Thiago LeonBlitz da PM na Via Norte em São José Foto: Thiago Leon
A estatística divulgada mensalmente pelo Estado esconde a agonia de quem teve um parente assassinado; pessoas que tiveram familiares mortos na região este ano falam sobre o trauma deixado pela violência
Xandu Alves
São José dos Campos

Estatísticas não revelam a dor e o medo por detrás das mortes violentas no Vale do Paraíba.
Quem perdeu familiares de forma traumática, em casos de assassinato, relata a dificuldade em retomar a rotina. Ainda mais quando o caso não foi solucionado pela Polícia Civil.
Para estes, o clima de medo que se espalhou pela Região Metropolitana de São Paulo, com chacinas e morte de policiais desde setembro, faz parte do cotidiano.
“Temos muito medo de sair de casa. Qualquer carro parado aqui perto faz a gente ligar para a polícia. Ainda não consigo passar sem sofrer pela praça onde meu filho foi assassinado”, diz a corretora Neuza Lima, 40 anos, moradora do Jardim Alvorada, na região oeste de São José.
O filho dela, Gunther Yohan Lima, foi assassinado 15 dias depois de fazer 18 anos.
Ele jogava cartas com amigos na praça Hélio Augusto de Sousa, perto de casa, por volta das 2h30, quando foi atingido por disparo de arma de fogo.
A bala pegou no peito e tirou a vida do rapaz. Testemunhas viram quatro pessoas fugindo do local do crime, que ainda não foi solucionado.
“Quero justiça. Não interessa o motivo da morte do meu filho. Quero quem o matou atrás das grades”, disse Neuza, que tem dificuldade de retomar a rotina por causa do trauma. “Não consigo mais passar pela praça sem sentir a dor, que não vai passar nunca.”
Ela também teme que outras mães sofram o mesmo que ela com a onda de violência que se espalha pelo Estado.
“Está demais a violência. Muita gente morrendo, incluindo policiais, de forma estúpida. Um não vai com a cara do outro e mata. O mundo está enlouquecendo”, afirmou.
Gunther foi uma das mortes na região que entraram nas estatísticas de outubro, somando 364 mortes por assassinato desde janeiro, o que mantém o Vale na liderança da violência.

Moto. A dona de casa V. B., 61 anos, moradora do bairro Fonte Imaculada, em Taubaté, se apavora quando vê uma moto. Qualquer moto. E é pior quando há duas pessoas no veículo.
Foi assim que a filha dela foi assassinada em 30 de agosto de 2011, quando estava em casa, no mesmo bairro.
Vânia Cristina Barbosa foi morta a tiros e chegou a apontar, enquanto agonizava, o filho de um ex-marido dela como o matador. O rapaz de 26 anos se apresentou à polícia dias depois do crime. Foi ouvido e liberado, e continua solto.
“A gente vive com medo e sendo ameaçada. Isso é segurança?”, questiona V.

Especialistas divergem sobre ação do PCC
São José dos Campos

A real dimensão da onda de violência que assola São Paulo desde setembro e da capacidade de organização e atuação da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) dividem a opinião de especialistas em segurança pública.
Ex-secretário nacional de Segurança Pública e ex-comandante da Polícia Militar no Vale do Paraíba, o consultor José Vicente da Silva Filho, colunista de O VALE, afirma que o PCC não é tão organizado quanto parece e atua bem diferente do estilo da máfia.
“O PCC não tem uma organização geral, não é igual à máfia. Virou um grande consórcio do qual os bandidos se associam e que tem uma série de facilidades no crime”, disse.
Para ele, a facção perdeu força desde 2006, quando comandou ataques em todo o Estado. “Não é verdade que o crime está coordenando tudo. Há seis anos eles tinham muito mais pressão do que agora.”
Wálter Maierovitch, jurista e ex-secretário nacional antidrogas da Presidência da República, pensa exatamente o contrário.
Para ele, o PCC tem sim atuação parecida com a máfia, agindo em rede e com suporte na atividade financeira. “O governo agiu errado e deixou crescer a facção”, disse.
Fonte O Vale

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