Pessoas aderem à campanha O VALE pela paz - Foto: Warley Leite/O VALE
Apenas em outubro, 570 pessoas foram mortas em todo o Estado, número 48% maior em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados oficiais; nesse cenário, ‘Vale’ retoma movimento pela paz na região
Xandu AlvesSão José dos Campos
“A guerra pode chegar ao Vale do Paraíba.”
O jurista, professor e presidente do IAB (Instituto Avante Brasil), Luiz Flávio Gomes, não descarta que a onda de violência que assola a Região Metropolitana de São Paulo desde setembro chegue ao Vale.
Para ele, há indícios de que os criminosos estejam começando a agir no interior, com chacinas registradas em São Carlos, Praia Grande e Ribeirão Preto.
“A tendência é que o crime comece a tomar conta. A reação dos criminosos tem sido muito violenta e está migrando para o interior, o que é preocupante”, afirma.
Apenas em outubro, segundo dados da SSP (Secretaria de Estado da Segurança Pública), 570 pessoas foram mortas em todo o Estado, número 48% maior em relação ao mesmo período do ano anterior.
Do total, 96 foram policiais militares, boa parte deles mortos durante a folga. Os assassinatos estão sendo encarados como retaliação do crime organizado contra as forças de segurança.
A violência derrubou o secretário Antônio Ferreira Pinto e fez o governo do Estado anunciar medidas para conter as mortes.
Crimes. Na região, segundo as estatísticas da SSP, o número de mortos por homicídio doloso (com intenção de matar) e latrocínio (roubo seguido de morte) continua maior do que nas outras oito regiões do interior (veja quadro nesta página).
Tudo isso, diz Gomes, leva à reflexão de que o crime vê nas regiões fora da capital uma maneira de instalar a sensação de medo na população, o que deve ser combatida com rigor pelo governo.
“O problema não vem sendo enfrentado. Ninguém mete o dedo na ferida. Troca de secretário é jogar para a torcida, é jogo político.”
Repercussão
Entidades aprovam volta da campanha
São José dos Campos
Entidades que aderiram à campanha O Vale pela paz, dos jornais O VALE e BOM DIA>, aprovaram o retorno da iniciativa nesse momento de violência em São Paulo e de insegurança nas ruas.
Muitos temem que as chacinas e os ataques de criminosos contra policiais possam chegar ao Vale do Paraíba.
“É preocupante”, resumiu o reitor da Unitau (Universidade de Taubaté), José Rui Camargo. “Há um clima ruim por causa dessa onda de violência e a campanha pode despertar as pessoas para o compromisso com a paz.”
Presidente da ACI (Associação Comercial e Industrial) de São José, Felipe Cury disse que a campanha é “o caminho para a formação da mentalidade de cidadania com o poder de reduzir a criminalidade”.
Em nota, Roberto Peixoto (sem partido), prefeito de Taubaté, elogiou a iniciativa e sugeriu que mais instituições tomem o compromisso de lutar pela paz. “Essa iniciativa promovida por O VALE é muito importante, pois conseguiu agregar todos os segmentos da sociedade numa causa que afeta diariamente a todos nós”, disse o prefeito. “Essa postura clara mostra, ainda, o compromisso do jornal de buscar soluções para garantir a paz em Taubaté e na região.”
Adesão. Membro da diretoria do Conseg (Conselho Comunitário de Segurança) da região central de São José, Fernando Barros disse que a campanha incentivou a participação de moradores nos conselhos da cidade e da região --que têm baixa representatividade popular. Para ele, é nos conselhos que a sociedade pode cobrar das polícias e das prefeituras, além de obter informações sobre a melhor maneira de contribuir com a segurança.
“Nesse momento de apreensão, essa campanha é muito positiva”, disse.
Fonte: O Vale
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